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MATÉRIA 07 ‐ ANGELOLOGIA: A DOUTRINA DOS ANJOS


1. Introdução ‐ Ao nosso redor há um mundo espiritual poderoso, populoso e de
recursos superiores ao nosso mundo visível. Bons e Maus espíritos passam em
nosso meio, de um lugar para o outro, com grande rapidez e movimentos
imperceptíveis. Alguns desses espíritos se interessam pelo nosso bem estar,
outros, porém, estão empenhados em fazer‐nos o mal. Muitas pessoas
questionam se existem realmente tais espíritos ou seres, quem são, onde se
encontram e o que fazem.
A palavra de Deus é a única fonte de informação que merece confiança, e que
possui respostas para estas perguntas. Ela deixa claro que há outra classe de
seres superiores ao homem. Esses seres habitam nos céus e formam os exércitos
celestiais, a inumerável companhia dos servos invisíveis de Deus. Esses são os
anjos de Deus, os quais estão sujeitos ao governo divino, e o importante papel
que têm desempenhado na história da humanidade torna‐os merecedores de
referência especial. Existem também aqueles, pertencentes a mesma classe de
seres, que anteriormente foram servos de Deus mas que agora se encontram em
atitude de rebelião contra seu governo.
A doutrina dos anjos segue logicamente a doutrina de Deus, pois os anjos são
fundamentalmente os ministros da providência de Deus. Essa doutrina permitenos
conhecer a origem, existência, natureza, queda, classificação, obra e destino
dos anjos.
2. A origem dos anjos ‐ A época de sua criação não é indicada com precisão em
parte alguma, mas é provável que tenha se dado juntamente com a criação dos
céus (Gn 1:1 ). Pode ser que tenham sido criados por Deus imediatamente após a
criação dos céus e antes da criação da terra, pois de acordo com Jó 38:4‐7,
rejubilavam todos os filhos de Deus quando Ele lançava os fundamentos da terra.
Que os anjos não existem desde a eternidade é mostrado pelos versículos que
falam de sua criação ( Ne 9:6 , Sl 148:2,5; Cl 1:16 ). Embora não seja citado
número definido na Bíblia, acredita‐se que a quantidade de anjos é muito grande
( Dn 7:10; Mt 26:53; Hb 12:22 ).
3. A natureza dos anjos
3.1‐ São seres espirituais e incorpóreos. ‐ Os anjos são descritos espíritos, porque
diferentes dos homens, eles não estão limitados às condições naturais e físicas.
Aparecem e desaparecem, e movimenta‐se com uma rapidez imperceptível sem
usar meios naturais. Apesar de serem espíritos, têm o poder de assumir a forma
de corpos humanos a fim de tornar visível sua presença aos sentidos do homem
(Gn 19:1‐3).
Que os anjos são incorpóreos está claro em Ef 6.12, onde Paulo diz que "a nossa
luta não é contra a carne nem sangue, e sim contra os principados e potestades,
FAETAD‐SP Faculdade de Educação Teológica das Assembléias de Deus em São Paulo
Site: www.teologiaadistancia.com.br Email: falecom@teologiaadistancia.com.br Apostila Completa do Curso Básico de Teologia Intensivo a Distancia
contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do
mal, nas regiões celestes". Outras referências: Sl 104:4; Hb 1:7,14; At 19:12; Lc
7:21; 8:2; 11:26; Mt 8:16; 12.45. Não têm carne nem ossos e são invisíveis ( Cl
1:16).
3.2‐ São um exército e não uma raça. As Escrituras ensinam que o casamento não
é da ordem ou do plano de Deus para os anjos (Mt 22:30; Lc 20:34 ‐36 ), portanto
não se caracteriza uma raça. No Velho Testamento por cinco vezes os anjos são
chamados de "filhos de Deus" ( Gn 6:2,4; Jó 1:6; 2:1; 38:7 ) mas nunca lemos a
respeito dos "filhos dos anjos". Os anjos sempre são descritos como varões,
porém na realidade não tem sexo, não propagam sua espécie ( Lc 20:34‐35 ).
Várias passagens das Escrituras indicam que há um número muito grande de
anjos (Dn 7:10; Mt 26:53; Sl 68:17; Lc 2:13; Hb 12:22 ), e são repetidamente
mencionados como exércitos do céus ou de Deus. No Getsêmani, Jesus disse a
um discípulo que queria defendê‐los dos que vieram prendê‐lo: "Acaso pensas
que não posso rogar ao meu pai, e ele me mandaria neste momento mais de
doze legiões de anjos"? ( Mt 26:53 ). Portanto, seu criador e mestre é descrito
como "Senhor dos Exércitos".
É evidente que eles são criaturas e portanto limitados e finitos. Apesar de terem
mais livre relação com o espaço e o tempo do que o homem, não podem estar
em dois ou mais lugares simultaneamente.
3.3‐ São seres racionais morais e imortais. Aos anjos são atribuídas características
pessoais; são inteligentes dotados de vontade e atividade. O fato de que são
seres inteligentes parece inferir‐se imediatamente do fato de que são espíritos (2
Sm 14:20; Mt 24:36 , Ef 3:10; 1 Pe 1:12; 2 Pe 2:11). Embora não sejam
oniscientes, são superiores ao homens em conhecimento (Mt 24:36) e por ter
natureza moral estão sob obrigação moral; são recompensados pela obediência
e punidos pela desobediência.
A Bíblia fala dos anjos que permanecerem leais como "santos anjos" ( Mt 25:31;
Mc 8:38; Lc 9:26; At 10:22; Ap 14:10) e retrata os que caíram como mentirosos e
pecadores (Jo 8:44; 1 Jo 3:8‐10).
A imortalidade dos anjos está ligada ao sentido de que os anjos bons não estão
sujeitos a morte (Lc 20:35‐36), além de serem dotados de poder formando o
exército de Deus, uma hoste de heróis poderosos, sempre prontos para fazer o
que o Senhor mandar ( Sl 103:20; Cl 1:16; Ef. 1:21; 3:10; Hb 1:14) enquanto que
os anjos maus formam o exército de Satanás empenhados em destruir a obra do
Senhor (Lc 11:21; 2 Ts 2:9; 1 Pe 5:8 ).
Ilustrações do poder de um anjo são encontradas na libertação dos apóstolos da
prisão ( At 5:19; 12:7) e no rolar da pedra de mais de 4 toneladas que fechou o
túmulo de Cristo (Mt 28:2 )

4. A classificação dos anjos
4.1‐ Anjos bons e anjos maus ‐ Há pouca informação sobre o estado original dos
anjos. Porém no dia de sua obra criadora Deus viu tudo quanto fizera, e eis que
era muito bom. Pressupõe‐se que todos os anjos tiveram um boa condição
original (Jo 8:44; 2 Pe 2:4; Jd 6). Os anjos bons são chamados "anjos eleitos" (1
Tm 5:21) e evidentemente receberam graça suficiente para habilitá‐los a manter
sua posição de perseverança, pela qual foram confirmados em sua condição e
agora são incapazes de pecar . São chamados também de "santos anjos ou anjos
de luz" (2Co 11:14). Sempre contemplam a face Deus (Lc 9:26), e tem vida
imortal ( Lc 20:36 ). Sua atividade mais elevada é a adoração a Deus ( Ne 9:6; Fp
2:9‐11; Hb 1:6; Jó 38:7; Is 6:3; Sl 103:20; 148:2 Ap 5:11).
4.2‐ Quatro tipos de anjos bons:
1. Anjos: Tanto no grego quanto no hebraico a palavra "anjo" significa
"mensageiro". São exércitos como seres alados (Dn 9:21; Ap 14:6) para nos
favorecer. Desde a entrada do pecado no mundo, eles são enviados para dar
assistência aos herdeiros da salvação (Hb 1:14). Eles se regozijam com a
conversão de um pecador (Lc 15:10), exercem vigilância protetora sobre os
crentes (Sl 34:7; 91:11), protegem os pequeninos (Mt 18:10), estão presentes na
igreja (1 Tm 5:21) recebem aprendizagem das multiformes riquezas da graça de
Deus (Ef 3:10; 1 Pe 1:12) e encaminham os crentes ao seio de Abraão (Lc
16:22,23). A idéia de que alguns deles servem de anjos da guarda de crentes
individuais não tem apoio nas Escrituras. A declaração de Mt 18:10 é geral
demais, embora pareça indicar que há um grupo de anjos particularmente
encarregado de cuidar das criancinhas. At 12:15 tampouco o prova, pois esta
passagem mostra apenas que, naquele período primitivo havia alguns, mesmo
entre discípulos, que acreditavam em anjos guardiões.
Embora os anjos não constituam um organismo, evidentemente são organizados
de algum modo. Isto ocorre do fato de que ao lado do nome geral "anjo", a Bíblia
emprega certos nomes específicos para indicar classe de anjos. O termo grego
"angelos" (anjos = mensageiros ) também e freqüentemente aplicado a homens
(Mt 11:10; Mc 1:2; Lc 7:24; 9:52; Gl 4:14). Não há nas Escrituras um nome geral,
especificamente distintivo, para todos os seres espirituais. Eles são chamados
filhos de Deus, (Jó 1:6; 2:1) espíritos (Hb 1:14), santos (Sl 89:5,7; Zc 14:5; Dn 8:13
), vigilantes (Dn 4:13,17). Contudo, há nomes específicos que indicam diferentes
classes de anjos.
2. Querubins: São responsáveis pela guarda da entrada do paraíso (Gn 3:24),
observam o propiciatório (Ex 25:18,20; Sl 80:1; 99:1; Is 37:16; Hb 9:5) e
constituem a carruagem de que Deus se serve para descer à terra (2 Sm 22:11; Sl
18:10). Como demonstração do seu poder de majestade, em Ez 1º e Ap 4º são
representados simbolicamente como seres vivos em várias formas. Mais do que
outras criaturas, eles foram destinados a revelar o poder, a majestade e a glória
de Deus, e a defender a santidade de Deus no jardim do Éden, no tabernáculo,
no templo e na descida de Deus à terra.
3. Serafins: Mencionados somente em Is 6:2,6, constituem uma classe de anjos
muito próxima dos querubins. São representados simbolicamente em forma
humana com seis asas cobrindo o rosto, os pés e duas prontas para execução das
ordens do Senhor. Permanecem servidores em torno do trono do Deus
poderoso, cantam louvores a Ele e são considerados os nobres entre os anjos.
4. Arcanjos: O termo arcanjo só ocorre duas vezes nas escrituras (1 Ts 4:16; Jd 9),
mas há outras referências para ao menos um arcanjo, Miguel. Ele é o único a ser
chamado de arcanjo e aparece comandando seus próprios anjos (Ap 12.7) e
como príncipe do povo de Israel (Dn 10:13,21; 12.1). A maneira pela qual Gabriel
é mencionado também indica que ele é de uma classe muito elevada. Ele está
diante da presença de Deus (Lc 1:19) e a ele são confiadas as mensagens de mais
elevada importância com relações ao reino de Deus (Dn 8:16; 9:21).
Principados, potestades, tronos e domínios: A Bíblia menciona certas classes de
anjos que ocupam lugares de autoridades no mundo angélico, como principados
e potestades (Ef 3:10; Cl 2:10), tronos (Cl 1:16), domínios (Ef 1:21; Cl 1:16 ) e
poderes (Ef 1:21 , 1 Pe 3:22). Estes nomes não indicam espécies de anjos, mas
diferenças de classe ou de dignidade entre eles. Embora em Ef 1:21 a referência
parece incluir tanto anjos bons quanto os maus, nas outras passagens essa
terminologia se refere definitivamente apenas aos anjos maus (Rm 8:38; Ef 6:12;
Cl 2:15).
Anjos Maus
Os anjos foram criados perfeitos e sem pecado, e como o homem dotado de livre
escolha. Sob a direção de Satanás, muitos pecaram e foram lançados fora do céu
(2 Pe 2:4; Jd 6). O pecado, no qual eles e seu chefe caíram foi o orgulho. Alguns
tem pensado que a ocasião de rebelião dos anjos foi a revelação da futura
encarnação do Filho de Deus e a obrigação deles o adorarem.
Segundo as Escrituras, os anjos maus passam o tempo no inferno (2 Pe 2:4) e no
mundo, especialmente nos ares que nos rodeiam. (Jo 12:31; 14:30; 2 Co 4:4; Ap
12:4,7‐9). Enganando os homens por meio do pecado, exercem grande poder
sobre eles (2 Co 4:3,4; Ef 2:2; 6:11,12); este poder está aniquilado para aqueles
que são fieis a Cristo, pela redenção que ele consumou (Ap 5:9; 7:13,14).
Os anjos não são contemplados no plano da redenção (1 Pe 1:12), mas no
inferno foi preparado o eterno castigo dos anjos maus (Mt 25:41).
Os anjos maus são empregados na execução dos propósitos de Satanás, que são
opostos aos propósitos de Deus, e estão envolvidos nos obstáculos e danos
contra a vida espiritual e o bem estar do povo de Deus.
5. A queda dos anjos
5.1‐ O fato da sua queda ‐ Tudo nos leva a crer que os anjos foram criados em
estado de perfeição. No capitulo 1º de Gênesis, lemos sete vezes que o que Deus
havia feito era bom. No ultimo versículo deste capitulo lemos "Viu Deus tudo o
quanto fizera, e eis que era muito bom". Isso certamente inclui a perfeição dos
anjos em santidade quando originalmente criados. Algumas pessoas acham que
Ez 28:15 se refere a Satanás. Se for assim, ele é definitivamente mostrado como
tendo sido criado perfeito. Mas diversas passagens mostram alguns dos anjos
como maus (Sl 78:49; Mt 25:41; Ap 9:11; Ap 12:7‐9). Isto se deve ao fato de
terem deixado seu próprio principado e habitação apropriada (Jd 6) e pecado (2
Pe 2:4). Não há duvida que Satanás tenha sido o chefe da apostasia. Is 14:12 e Ez
28:15‐17 parece lamentar a sua queda.
5.2‐ A época de sua queda ‐ Nas Escrituras não há referência de quando ocorreu
a queda dos anjos, mas deixa claro que se deu antes da queda do homem, já que
Satanás entrou no jardim na forma de serpente e induziu Eva a pecar (Gn 3).
5.3‐ A causa de sua queda. ‐ De acordo com as Escrituras o universo e a criatura
eram originalmente perfeitos. A criatura tinha originalmente a capacidade de
pecar ou não. Ela foi colocada na posição de poder fazer qualquer uma das duas
coisas sem ser obrigada a optar por uma delas. Em outras palavras, sua vontade
era autônoma.
Portanto, conclui‐se que a queda dos anjos se deu devido a sua revolta
deliberada e auto determinada contra Deus. Grande prosperidade e beleza
parecem ser apontadas como possíveis causas. Em Ez 28:11‐19, o rei de Tiro
parece simbolizar Satanás e diz‐se que ele caiu devido a essas coisas.
Ambição desmedida e o desejo de ser mais que Deus parecem ser outra causa. O
rei da Babilônia é acusado de ter essa ambição, ele também parece simbolizar
Satanás (Is 14.13‐14).
Em qualquer um dos casos o egoísmo, descontentamento com aquilo que tinha e
o desejo de ter tudo o que os outros tinham, foi a causa da queda de Satanás e
de outros anjos que o seguiram.
5.4‐ O resultado de sua queda ‐ Todos eles perderam a sua santidade original e
se tornaram corruptos em natureza e conduta (Mt 10:1; Ef 6:11‐12; Ap 12:9);
Alguns deles foram lançados no inferno e estão acorrentados até o dia do
julgamento (2 Pe 2:4);
Alguns deles permanecem em liberdade e trabalham em definida oposição à
obra dos anjos bons (Ap 12:7‐9; Dn 10:12,13,20,21; Jd 9);
Pode também ter havido um efeito sobre a criação original. A terra foi
amaldiçoada ao pecado de Adão (Gn 3:17‐19) e a criação está gemendo por
causa da queda (Rm 8:19‐22). Não é improvável, portanto, que o pecado dos
anjos tenha tido algo a ver com a ruína da criação original no capítulo 1º de
Gênesis;
Eles serão, no futuro, atirados para a terra (Ap 12:8‐9), e após seu julgamento (1
Co 6:3), no lago de fogo e enxofre (Mt 25:41; 2 Pe 2:4; Jd 6).
6. Os demônios ‐ As Escrituras não descrevem a origem dos demônios. Essa
questão parece ser parte do mistério que rodeia a origem do mal. Porém, as
Escrituras dão claro testemunho da sua existência real e de sua posição (Mt
12:26‐28). Nos Evangelhos aparecem os espíritos maus desprovidos de corpos,
que entram nas pessoas, das quais se diz que têm demônios. Os efeitos desta
possessão se evidenciam por loucura, epilepsia e outras enfermidades,
associadas principalmente com o sistema mental e nervoso (Mt 9:33; 12:22; Mc
5:4,5). O indivíduo sob a influência de um demônio não é senhor de si mesmo; o
espírito fala através de seus lábios ou emudece à sua vontade; leva‐o aonde quer
e geralmente o usa como instrumento, revestindo‐o às vezes de uma força
sobrenatural.
Quando examinam as Escrituras, algumas pessoas ficam em dúvida se os
demônios devem ser classificados juntamente com os anjos ou não; mas não há
dúvida de que na Bíblia, há ensino positivo concernente a cada um dos dois
grupos.
Ainda que alguns falem em "diabos", como se houvesse muitos de sua espécie,
tal expressão é incorreta. Há muitos "demônios", mas existe um único "diabo".
Diabo é a transliteração do vocábulo grego "diabolos", nome que significa
"acusador" e é aplicado nas Escrituras exclusivamente a Satanás. "Demônio" é a
transliteração de "daimon" ou "daimonion".
6.1‐ A natureza dos demônios ‐ São seres inteligentes (Mt 8:29,31; 1 Tm 4:1‐3; 1
Jo 4:1 e Tg 2:19), possuem características de ações pessoais o que demonstra
que possuem personalidade (Mc 1:24; Mc 5:6,7; Mc 8:16; Lc 8:18‐31);
São seres espirituais (Lc 9:38,39,42; Hb 1:13,14; Hb 2:16; Mt 8:16; Lc 10:17,20);
São reputados idênticos aos espíritos imundos, no Novo Testamento;
São seres numerosos (Mc 5:9) de tal modo que tornam Satanás praticamente
ubíquo por meio desses seus representantes;
São seres vis e perversos ‐ baixos em conduta (Lc 9:39; Mc 1:27; 1 Tm 4:1; Mt
4:3);
São servis e obsequiosos (Mt 12:24‐27). São seres de baixa ordem moral,
degenerados em sua condição, ignóbeis em suas ações, e sujeitos a Satanás.
6.2‐ As atividades dos demônios ‐ Apossam‐se dos corpos dos seres humanos e
dos irracionais (Mc 5:8, 11‐13);
Afligem aos homens mental e fisicamente (Mt 12:22; Mc 5:4,5);
Produzem impureza moral (Mc 5:2; Ef 2:2);
7. Satanás
7.1‐ Sua origem ‐ Alguns afirmam que Satanás não existe, mas observando‐se o
mal que existe no mundo, é lógico que se pergunte: "Quem continua a fazer a
obra de Satanás durante a sua ausência, se é que ele não existe?"
Satanás aparece nas Escrituras como reconhecido chefe dos anjos decaídos. Ele
era originalmente um dos poderosos príncipes do mundo angélico, e veio a ser o
líder dos que se revoltaram contra Deus e caíram. De acordo com as Escrituras,
Satanás era originalmente Lúcifer ("o que leva a luz"), o mais glorioso dos anjos.
Mas ele orgulhosamente aspirou a ser "como o Altíssimo" e caiu "na condenação
(Ez 28:12,19; Is 14:12‐15). O nome "Satanás" revela‐o como "o adversário", não
do homem em primeiro lugar, mas de Deus. Ele investe contra Adão como a
coroa da produção de Deus, forja a destruição, razão pela qual é chamado
Apolion (destruidor), Ap 9:11, e ataca Jesus, quando Este empreende a obra de
restauração. Depois da entrada do pecado no mundo ele se tornou "diabolos"
(acusador), acusando continuamente o povo de Deus, Ap 12:10. Ele é
apresentado nas Escrituras como o originador do pecado (Gn 3:1,4; Jo 8:44; 2 Co
11:3; 1 Jo 3:8; Ap 12:9; 20:2,10) e aparece como reconhecido chefe dos que
caíram (Mt 25:41; 9:34; Ef 2:2). Ele continua sendo o líder das hostes angélicas
que arrastou consigo em sua queda, e as emprega numa desesperada resistência
a Cristo ao seu reino. É também chamado "príncipe deste mundo" (Jo 12:31;
14:30; 16:11) e até mesmo "deus deste século" (2 Co 4:4). Não significa que ele
detém o controle do mundo, pois Deus é quem o detém, e Ele deu toda
autoridade a Cristo, mas o sentido é que Satanás tem sob controle este mundo
mau, o mundo naquilo em que está separado de Deus (Ef 2:2).
Ele é mais que humano, mas não é divino; tem poder, mas não é onipotente;
exerce influência em grande escala, mas restrita (Mt 12:29; Ap 20:2), e está
destinado a ser lançado no abismo (Ap 20:10).
7.2‐ Seu caráter:
Presunçoso (Mt 4:4,5);
Orgulhoso (1 Tm 3:6; Ez 28:17);
Poderoso (Ef 2:2);
Maligno (Jó 2:4);
Astuto (Gn 3:1; 2 Co 11:3);
Enganador (Ef 6:11);
Feroz e cruel (1 Pe 5:8).
7.3‐ Suas atividades:
1. A natureza das atividades:
Perturbar a obra de Deus (1 Ts 2:18);
Opor‐se ao Evangelho (Mt 13:19; 2 Co 4:4);
Dominar, cegar, enganar e laçar os ímpios (Lc 22:3; 2 Co 4:4; Ap 20:7,8; 1 Tm
3:7);
Afligir e tentar os santos de Deus (1 Ts 3:5).
2. O motivo de suas atividades: Ele odeia até a natureza humana com a qual se
revestiu o Filho de Deus. Intenta destruir a igreja porque ele sabe que uma vez
perdendo o sal da terra o seu sabor, o homem torna‐se vítima nas suas mãos
inescrupulosas.
3. Suas atividades são restritas: Ao mesmo tempo que reconhecemos que
Satanás é forte, devemos ter cuidado de não exagerar o seu poder. Para aqueles
que crêem em Cristo, ele já é um inimigo derrotado (Jo 12:31), e é forte somente
para aqueles que cedem à tentação. Apesar de rugir furiosamente ele é covarde
(Tg 4:7). Não pode tentar (Mt 4:1), afligir (1 Ts 3:5), matar (Jó 2:6), nem tocar no
crente sem a permissão de Deus.
7.4‐ Sua atuação ‐ Não limita sua operações aos ímpios e depravados. Muitas
vezes age nos círculos mais elevados como "um anjo de luz" (2 Co 11:14).
Deveras, até assiste às reuniões religiosas, o que é indicado pela sua presença no
ajuntamento dos anjos (Jó 1:6), e pelo uso dos termos "doutrina de demônios" (1
Tm 4:1) e "a sinagoga de Satanás" (Ap 2:9). Freqüentemente seus agentes se
fazem passar como "ministros de justiça" (2 Co 11:15).
7.5‐ Sua derrota: Deus decretou sua derrota (Gn 3:14,15). No princípio foi
expulso do céu; durante a grande tribulação será lançado da esfera celeste à
terra (Ap 12:7‐9); durante o milênio será aprisionado no abismo (Ap 20:1‐3), e
depois de mil anos será lançado no lago de fogo (Ap 20:10). Dessa maneira a
Palavra de Deus nos assegura a derrota final do mal.

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