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Texto massorético 6/7/8

terra), £iyomoH (šāmāîm, céu) e £iy‡r¯cim (miṣrāîm, Egito). Há aqueles que sugerem que as três expressões, quando estivessem em pausa, deveriam ser pronunciadas como se tivessem o hê- locale (hê direcional): hocËro' (’ārṣâ, para a terra), homÃyamoKHah (haš-šāmayǝmâ, para o céu) e homÃyfir¯cim (miṣrayǝmâ, para o Egito). Todavia, não há realmente um consenso conclusivo sobre este assunto entre os estudiosos. d. Qerê e Ketiv O Texto Massorético apresenta muitas situações textuais em que uma determinada palavra deve ser lida de uma forma diferente daquela que está escrita no texto consonantal.

 Em tais casos, a palavra no texto tradicional recebe o nome de ketiv (aram. byitGÃk, kǝṯîḇ, lit. [o que está escrito) e a sua forma lida de qerê (aram. y„rŸq ou yÊrŸq, qǝrê ou qǝrî, lit. [o que é] lido). Essas duas expressões são particípios passivos aramaicos na forma singular masculina, na construção peal das raízes verbais 'rq (qr’, ler, recitar, chamar) e btk (ktb, escrever, gravar, redigir). O número total dessas ocorrências varia entre 848 a 1.566. As ocorrências de qerê e ketiv estão relacionadas a vários motivos: variantes textuais, vocábulos pejorativos e indecentes, palavras incomuns, irregulares e difíceis, situações gramaticais e estéticas, questões doutrinárias, expressões arcaicas, entre outros motivos.


 O qerê é sempre registrado na margem lateral externa ou no rodapé do texto nas edições, normalmente sem vocalização, enquanto o ketiv é parte integrante do próprio texto consonantal que não pode ser alterado. Normalmente, o qerê é assinalado por meio da abreviatura massorética $q (às vezes, também como $rq), que é a abreviatura dos termos aramaicos y„rŸq ou yÊrŸq, enquanto o ketiv é vocalizado com os sinais vocálicos do qerê. Exemplos: 2Sm 22.51: o ketiv da palavra “torre” é lOyGdÕgim (hebr. miḡdyōl) e o qerê é lOwGdÕgim (lê-se miḡdôl) e Jr 50.44: a expressão verbal “os expulsarei” é escrita como £EcwÊra' (hebr. ’ariwṣēm), sendo lida como £EcyÊra' (lê-se ’arîṣēm). Outra categoria do qerê é relacionada a determinados nomes freqüentes no texto bí- blico, sendo conhecida pela denominação latina como qere perpetuum (qerê perpétuo) ou hebraica como yÊdyim¯Gt y„rŸq (qərê təmîḏî, qerê perpétuo, qerê permanente). Sua leitura é sempre diferente de sua forma escrita tradicionalmente e são as seguintes situações: howhÃy (hebr. YǝHWāH, lê-se flynOd‹', ’ădōnāy, Senhor), h«whÃy (hebr. YǝHWiH, lê-se £yih»l¤', ’ĕlōhîm, Deus), Ê£aloHFwrÃy (hebr. yərûšālaim, lê-se £iyaloHFwrÃy, yərûšālaîm, Jerusalém), rokSoKW«y (hebr. îśśāsḵār, lê-se rokoKW«y, îśśāḵār, Issacar), 'wih (hebr. hiw’, lê-se 'yih, hî’, ela) e flr‹v¬n (hebr. na‘ărā, lê-se h‡r‹v¬n, na‘ărâ, jovem, moça). e. Sevirin Uma outra situação textual similar às ocorrências de qerê e ketiv é conhecida como sevirin ou sevir (aram. §yÊryib¯s, səḇîrîn, lit. são supostos, são sugeridos, são cogitados ou ryib¯s, səḇîr, lit. é suposto, é sugerido, é cogitado).

 O termo massorético sevir tem origem no particípio passivo singular masculino, enquanto sevirin tem origem no particípio passivo plural masculino e ambos pertencendo à raiz verbal rbs (aram. sbr, supor, sugerir, ser de opinião de, cogitar), na construção peal. Situações de sevirin são encontradas em algumas edições da Bíblia Hebraica, enquanto outras não fazem nenhuma alusão a esse tipo de observação massorética. O Códice L possui cerca de 71 casos, enquanto a Segunda Bíblia Rabínica possui 200, aproximadamente. Os estudiosos estão em desacordo sobre a função do termo massorético sevirin e alguns argumentam que as observações feitas pelos massoretas, por meio de tal unidade terminológica, têm como objetivo apoiar a leitura tradicional que está no próprio texto bíblico e as formas apresentadas pelo termo sevirin deveriam ser rejeitadas. Entretanto, outros estudiosos da área de crítica textual bíblica afirmam que o mesmo item terminológico da massorá representa uma emenda textual sugerida pelos próprios massoretas para alguma 7 palavra ou expressão excepcional ou gramaticalmente inusitada no texto bíblico hebraico, que deveria ser substituída por outra forma comum ou esperada, mais adequada ao contexto. Uma situação de sevirin encontra-se na passagem de Números 13.22: Texto: (...) §Ùr¸bex-dav '◊b√Cy¬w b∆g∆Fnab ˚l·v¬Cy¬w (hebr. wayya‘ălû ḇanneḡeḇ wayyāḇō’ ‘aḏ-ḥeḇrôn [...], e subiram pelo Neguebe e “veio” até Hebrom [...]). Nota massorética da BHS: £ybr §wSl $rybs $x (“oito situações em que cogita-se que a expressão deveria ter a forma plural”). Explicação: o termo sevirin sugere que a locução verbal 'ObFoyaw (hebr. wayyāḇō’, e veio), que possui forma singular, deveria ter a forma plural Fw'ObFoyaw (hebr. wayyāḇō’û, e vieram), mais adequada ao contexto do versículo e de acordo com as normas gramaticais vigentes do hebraico bíblico. 5. Atividade Massorética No período entre os séculos VII e X surgiram novos eruditos, sucessores dos antigos escribas judeus e que se dedicaram a copiar e transmitir o texto da Bíblia Hebraica, sendo conhecidos como “massoretas” (hebr. h‡rOwsoGmah yElœvaGb, ba‘ălê ham-māsôrâ). Esse grupo desenvolveu um sistema estritamente rígido de controle do texto hebraico e se empenhou em preservar toda letra de toda palavra da Bíblia Hebraica e com isso, almejava prevenir os futuros escribas de cometerem erros nos manuscritos da Bíblia Hebraica, visando conservar integralmente e transmitir fielmente o texto bíblico. Surgiram vários grupos de massoretas e de sistemas massoréticos entre os séculos VII e X. Os grupos eram divididos em dois ramos principais: massoretas orientais, localizados na Babilônia e massoretas ocidentais, localizados na Palestina e em Tiberíades. Foram elaborados três sistemas de vocalização, de acentuação e de observações textuais: babilônico (séc. VII-IX), palestino (séc. VIII-IX) e tiberiense (séc. IX-X). No decorrer do século X, as tradições babilônica e palestina caíram em desuso, sendo suplantadas pela tradição tiberiense. Com a atividade massorética desenvolvida em Tiberíades, o texto da Bíblia Hebraica, com vocalização, acentuação e observações textuais, tornou-se definitivo. Em Tiberíades, entre os séculos IX e X, estiveram ativas duas famílias principais de massoretas: Ben Asher e Ben Naftali. Ben Asher foi a que conseguiu suplantar todos os demais grupos e famílias de massoretas, e seu sistema é empregado em inúmeros manuscritos medievais, como também em todas as atuais edições impressas da Bíblia Hebraica. Ambas as famílias mantinham pequenas variações sobre a vocalização e acentuação do texto bíblico hebraico. Todavia, ambos os clãs foram os responsáveis pela evolução do sistema massorético tiberiense. 6. Desenvolvimento do Textus Receptus A tradição massorética que tornou-se predominante sobre as demais foi aquela preservada e desenvolvida pela família Ben Asher. O Texto Massorético que chegou até nós reflete o sistema de vocalização e de acentuação desta mesma família de massoretas. Os manuscritos massoréticos que surgiram até o século XII demonstram uma tendência a se aterem e a reproduzirem um único sistema, o de Ben Asher ou o de Ben Naftali. Manuscritos surgidos em épocas posteriores ainda preservam a tradição de Ben Asher, mas não de uma forma estritamente pura ou absolutamente fiel. Tais documentos refletem traços de outras tradições massoréticas de Tiberíades, principalmente, a de Ben Naftali, além de outras escolas. Por volta do começo do século XIV, surge um Texto Massorético misto, que é o resultado de diversas fontes massoréticas, tornando-se comum e constantemente reproduzido pelos escribas judeus do final da Idade Média. Esta forma híbrida é denominada 8 como Textus Receptus (lat. texto recebido; hebr. loGbuq¯Gmah xGas…n, nussaḥ ham-mǝqubbāl, texto recebido), que foi mais tarde impresso nas edições produzidas pelos judeus e pelos cristãos durante os séculos XV e XVI. A edição de Jacó ben Ḥayyim, produzida na primeira parte do século XVI, foi considerada, tanto por judeus quanto por cristãos, o Textus Receptus da Bíblia Hebraica até o início do século XX.


 Referências Bibliográficas 



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