Anjos no
cristianismo
Gustave Doré: Ilustração para a Divina
Comédia, de Dante Alighieri: Paraíso, canto XXXI
Teto do Batistério de São
João, emFlorença, mostrando as
hierarquias angélicas
No cristianismo os anjos foram estudados de acordo com diversos
sistemas de classificação em coros ou hierarquias angélicas. A mais influente
de tais classificações foi estabelecida pelo Pseudo-Dionísio,
o Areopagita entre os séculos IV e V, em seu livro De
Coelesti Hierarchia.[1]
A fonte primária ao estudo dos anjos são as citações bíblicas, como quando três anjos apareceram a Abraão em Gênesis
6:1, embora existam apenas sugestões ambíguas para a construção de
um sistema como se ele se tivesse desenvolvido em tempos posteriores.[2] Isaías fala de serafins (Isaías
6:2; outro anjo acompanhou Tobias;
a Virgem Maria recebeu uma visita angélica
na Anunciação do
futuro nascimento de Cristo e
o próprio Jesus fala deles em vários momentos, como
quando sofreu a Tentação no deserto e
na cena do Horto das
Oliveiras, quando um anjo lhe fortaleceu antes da Paixão.
São Paulo faz
alusão a cinco ordens de anjos em Efésios
1:21. Depois foi Dionísio, o
Areopagita, um dos primeiros a propor um sistema organizado do
estudo dos anjos e seus escritos tiveram muita influência, mas foi precedido
por outros escritores, como São Clemente, Santo Ambrósio e São Jerônimo.
NaIdade Média surgiram muitos outros
esquemas, alguns baseados no de Dionísio, outros independentes, sugerindo uma
hierarquia bastante diferente. Alguns autores acreditavam que apenas os anjos
de classes inferiores interferiam nos assuntos humanos.
As classificações propostas na Idade Média são as seguintes:
·
São Clemente,
em Constituições Apostólicas, século I:
·
1. Serafins, 2.
Querubins, 3. Éons, 4. Hostes, 5. Potestades, 6. Autoridades, 7. Principados,
8. Tronos, 9. Arcanjos, 10. Anjos, 11. Dominações.
·
Santo Ambrósio, em Apologia do Profeta
David, século IV:
·
1. Serafins, 2.
Querubins, 3. Dominações, 4. Tronos, 5. Principados, 6. Potestades, 7.
Virtudes, 8. Anjos, 9. Arcanjos.
·
São Jerônimo, século IV:
·
1. Serafins, 2.
Querubins, 3. Potestades, 4. Dominações, 5. Tronos, 6. Arcanjos, 7. Anjos.
·
Pseudo-Dionísio,
o Areopagita, em De Coelesti Hierarchia, c. século V:
·
1. Serafins, 2.
Querubins, 3. Tronos, 4. Dominações, 5. Virtudes, 6. Potestades, 7.
Principados, 8. Arcanjos, 9. Anjos.
·
São Gregório Magno,
em Homilia, século VI:
·
1. Serafins, 2.
Querubins, 3. Tronos, 4. Dominações, 5. Principados, 6. Potestades, 7.
Virtudes, 8. Arcanjos, 9. Anjos.
·
Santo Isidoro de
Sevilha, em Etymologiae, século VII:
·
1. Serafins, 2.
Querubins, 3. Potestades, 4. Principados, 5. Virtudes, 6. Dominações, 7.
Tronos, 8. Arcanjos, 9. Anjos
·
São João Damasceno,
em De Fide Orthodoxa, século VIII:
·
1. Serafins, 2.
Querubins, 3. Tronos, 4. Dominações, 5. Potestades, 6. Autoridades (Virtudes),
7. Governantes (Principados), 8. Arcanjos, 9. Anjos.
·
São Tomás de Aquino,
em Summa Theologica,
(1225-1274):
·
1. Serafins, 2.
Querubins, 3. Tronos, 4. Dominações, 5. Virtudes, 6. Potestades, 7.
Principados, 8. Arcanjos, 9. Anjos.
·
Dante Alighieri, na Divina Comédia (1308-1321):
·
1. Serafins, 2.
Querubins, 3. Tronos, 4. Dominações, 5. Virtudes, 6. Potestades, 7. Arcanjos,
8. Principados, 9. Anjos.
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