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Herdeira do Bradesco doará fortuna bilionária para caridade

Tatiana VazTatiana Vaz
São Paulo – Depois de lutar por anos na Justiça para garantir uma herança bilionária, Lia Maria Aguiar decidiu que doará toda a sua fortuna para a caridade.
O patrimônio da herdeira de Amador Aguiar, fundador do Bradesco, é estimado em 1,2 bilhão de dólares. Trata-se da maior doação financeira de pessoa física já feita no país, segundo informações do site Glamurama.
Aos 77 anos e sem filhos, a bilionária teria estipulado em seu testamento que seu dinheiro irá para a fundação beneficente que leva seu nome.
Amador Aguiar, fundador do Bradesco: disputa pela herança segue até hoje entre filhas adotivas e viúva
Com sede em Campos do Jordão, São Paulo, a Fundação Lia Maria Aguiar foi criada por ela em 2008 e tem como propósito criar projetos sociais para criança nas áreas de educação, cultura, meio ambiente e inclusão social.Lia é uma das três filhas adotivas de Amador Aguiar, que morreu em 1991, aos 86 anos. Lina Maria Aguiar, sua irmã gemêa, e Maria Ângela Aguiar Bellizia também são acionistas do Bradesco e da Bradespar.
A bilionária é uma das protagonistas de uma novelesca disputa de herança na Justiça, que se arrasta por anos.
Batalha em família
Lia e sua irmã gêmea Lina foram abandonadas, ainda bebês, na porta de uma das agências do Bradesco, em 1938. Amador adotou as duas como filhas, assim como fez anos mais tarde com Maria Ângela.
Porém, antes de morrer, ele registrou em testamento a vontade de repassar seus bens a Cleide de Lourdes Campaner Aguiar, sua secretária e segunda mulher, 40 anos mais nova.
Eles tiveram um relacionamento de oito anos e se casaram em regime de separação de bens cinco meses antes do banqueiro falecer.
No documento, Amador afirmava que Lina e Lia não eram filhas legítimas. Ao rubricar uma escritura de terra, ele ainda teria assinado folhas a mais e aberto mão da paternidade de Maria Ângela.
Depois de sucessivos embates nos tribunais, a decisão a favor da viúva foi anulada e as irmãs puderam finalmente ter acesso a herança.
Outros 4% das ações do banco, por meio da Fundação Bradesco, seguem em disputa. As duas ainda tentam reaver ações que foram entregues ao pai quando o Bradesco comprou a Atlântica de Seguros, há mais de 30 anos.
A maior parte dos bilhões de Lia e Lina vem da a participação delas na holding Bradespar, uma das controladoras da mineradora Vale.
Lia é hoje a 43ª pessoa mais rica do país, segundo a Forbes. Lina também está na lista de bilionários, com uma fortuna maior que a da irmã, de 1,5 bilhão de dólares, o que a coloca em 37º lugar no ranking

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