O sírio Abdullah Kurdi, pai de um menino de 3 anos fotografado quando estava já morto afogado em uma praia da Turquia, descreveu como o barco lotado em que eles estavam virou no mar e disse que logo percebeu que seus dois filhos e sua mulher haviam se afogado.
A foto do menino Aylan Kurdi, que rodou o mundo, foi uma mostra do desespero dos imigrantes que ameaçam suas vidas para tentar alcançar a Europa, numa onda de imigração sem paralelo desde a Segunda Guerra, motivada pela guerra e pelas condições ruins de vida.
Abdullah Kurdi disse que o capitão do navio entrou em pânico, diante de fortes ondas no mar, deixando-o no controle da pequena embarcação, com sua família e outros imigrantes a bordo. Ele relatou que as ondas eram tão altas que a embarcação virou. "Eu peguei minha mulher e meus filhos nos braços e percebi que todos estavam mortos", afirmou ele. "Tudo que quero agora é estar com meus filhos."
Kurdi disse que o pequeno barco, que ia para a ilha grega de Kos, estava superlotado com 12 imigrantes e o capitão. Foi apenas no mar que o capitão abandonou a embarcação, segundo ele. "Tínhamos jalecos salva-vidas, mas o barco afundou porque várias pessoas se levantaram. Carreguei a minha mulher nos braços. Mas meus filhos escorregaram pelas minhas mãos", detalhou.
"Minhas crianças eram as mais lindas do mundo, maravilhosas, elas me acordavam todas as manhãs para brincar com elas. Todas se foram agora", lamentou-se. As poderosas fotos do bebê morto na praia geraram ainda mais debates sobre o aprofundamento da crise imigratória.
A irmão de Abdullah, Teema Kurdi, disse que a família - seu irmão Abdullah, sua mulher, Rehan, e seus dois garotos, Aylan, de 3 anos, e Galip, de 5 - embarcou em uma perigosa jornada apenas após sua tentativa de viajar até o Canadá ser rejeitada. Ela tentou obter o status de refugiados no Canadá para os parentes da cidade síria de Kobani, que ficou devastada pelos confrontos entre o Estado Islâmico e os combatentes curdos, disse o legisladores canadense Fin Donnelly, que havia entregado o pedido em nome da família.
As autoridades do setor de imigração do Canadá rejeitaram o pedido, em parte porque a família não tinha visto de saída para facilitar sua passagem para fora da Turquia e por não terem reconhecido internacionalmente o direito de refúgio. Autoridades do Canadá investigam o caso.
No total, 12 imigrantes morreram afogados, quando dois barcos naufragaram. No total, 12 imigrantes se afogaram quando dois barcos naufragaram. Fonte: Associated Press.
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