Escatologia significa Doutrina das Últimas Coisas e, portanto, tem como escopo o estudo das profecias concernentes ao fim desta era e a volta de Cristo. I. A SEGUNDA VINDA DE CRISTO A) Sua Realidade: Já no tempo dos apóstolos a segunda vinda de Cristo era negada (IIPe.3:4), e ainda hoje encontramos pessoas que negam a realidade desta doutrina. Por isso é necessário demonstrar, pelas Escrituras, a sua realidade. Ela é estabelecida por vários testemunhos bíblicos: 1) Pelo Testemunho dos Profetas (Zc.14:3‐5; Ml.3:1; Ez.21:26,27). 2) Pelo Testemunho de João Batista (Lc.3:3‐6). 3) Pelo Testemunho de Cristo (Jo.14:2,3). 4) Pelo Testemunho dos Anjos (At.1:11). 5) Pelo Testemunho dos Apóstolos (Mc.13:26; Lc.21:27; IJo.3:1‐3; Tg.5:7; IPe.1:7,13; ITs.4:13‐18; Hb.9:27). B) A Natureza da Segunda Vinda: 1) Não é Espiritual: a) Como a vinda do Espirito Santo no Pentecostes. b) Como na conversão do pecador. c) Como na conversão do mundo, pela expansão do cristianismo (Lc.18:8; IITs.2:13‐12; ITm.4:1; Lc.17:26‐30). 2) É Literal: a) Pessoal e Corporal: A parousia indica presença pessoal (At.1:11; ITs.4:14‐17). A palavra parousia é usada nas seguintes passagens: (Mt.24:3,27,37,39; ICo.1:8;15:23; ITs.2:19; ITs.3:13;4:15;5:23; IITs.2:1; Tg.5:7; IIPe.1:16;3:4,12; IJo.2:28; e nas seguintes passagens referindo‐se a homens: (ICo.16:17; Fp.2:12; IICo.10:10). b) Visível: A apokalupsis indica a visibilidade da vinda do Senhor (Ap.1:7,9‐11; Mt.24:26,27,30; Lc.21:27; Tt.2:13; IJo.3:2,3; Is.52:8; Os.5:15). O termo apokalupsis é usado nas seguintes passagens: (Rm.8:19; IITs.1:7; IPe.1:7,13;4:13). Obs.: O termo epiphaneia (aparição, manifestação) é usado tanto para o primeiro advento (IITm.1:10), como para o segundo (IITs.2:8; ITm.6:14; IITm.4:1,8; Tt.2:13). 3) É Súbita (Ap.22:7,12,20; Mt.24:27). 4) É Iminente, do ponto de vista profético (Tt.2:13; Hb.9:28; ITs.1:9,10; Rm.13:11). 5) É Próxima, do ponto de vista histórico (Lc.21:28; Mt.16:3;24:33;24:3). 6) Em duas Fases (Sf.2:3). a) A primeira fase: O arrebatamento da igreja, nos ares (ITs.4:16,17; Jo.14:3); a parousia.. b) A segunda fase: A revelação ao mundo, na terra (IITs.1:7‐9;2:7,8; Cl.3:4; Ap.1:7; Jl.3:11; ITs.3:11; Zc.14:4,5; Jd.14). 7) Analogias: Há na Bíblia algumas analogias interessantes a estes dois aspectos da segunda vinda. a) Davi: A volta de Davi da outra banda do Jordão depois de Abraão e seus seguidores terem sido derrotados, a ida de Judá ao seu encontro, e a volta dos dois juntos para Jesuralém (IISm.19:10‐15,40; IISm.20:1‐3). b) Joiada: A revelação particular de Joiada aos capitães e aos cários, e sua revelação pública um pouco mais tarde (IIRs.11:4‐12). c) Pedro: O encontro de Pedro com Jesus, andando sobre as águas. Pedro foi até Ele, e os dois voltaram juntos para o barco (Mt.14:22‐34). d) Paulo: Quando Paulo aproximou‐se de Roma, os irmãos foram ao seu encontro e todos voltaram juntos para a capital (At.18:15,16). e) Isaque: O encontro de Isaque com Rebeca (Gn.24). Neste trecho Abraão é um tipo de um Rei que faria o casamento de seu Filho (Mt.22:2). O Servo anônimo um tipo do Espirito Santo, que não fala de si mesmo mas das coisas do Noivo para conquistar a noiva (Jo.16:13,14), e que enriquece a noiva com presentes do Noivo (ICo.12:7‐11; Gl.5:22‐23), e que traz a noiva ao encontro do Noivo (At.13:4;16:6‐7; Rm.8:11; ITs.4:14‐17). Rebeca é um tipo da igreja, a virgem noiva de Cristo (Gn.24:16; IICo.11:2; Ef.5:25‐32). Isaque, um tipo do Noivo, a quem não havendo visto, a noiva ama através do testemunho do Servo anônimo (IPe.1:8), e que sai ao encontro de Sua noiva para recebê‐la (Gn.24:63; ITs.4:14‐17). Estes incidentes não provam a teoria, mas ilustram a dupla natureza da volta de Cristo. 8) Pré‐Tribulacional: A primeira fase (Ap.3:10). 9) Pré‐Milenista: A primeira e segunda fase (IITm.2:12). C) Os Sinais Precedentes da Segunda Vinda: 1) Sinais nos Céus (Lc.21:25a). 2) Sinais na Terra (Lc.21:25b; Mt.19:28;24:6‐8). a) Terremotos (Mt.24:7). b) Pestes (Mt.24:7). c) Guerras e fome (Mt.24:7). d) Progresso científico (Dn.12:4; Na.2:4). e) Apostasia (ITm.4:1; IITm.4:1‐4; IIPe.2:1,2). f) Tempos difíceis (IITm.3:1‐5; Tg.5:1‐8). II. A TRIBULAÇÃO ‐ Imediatamente após o arrebatamento da igreja inicia‐se um período de tempo, na terra, que a Bíblia chama de tribulação. A) Tipos de Tribulação: Os teólogos se dividem em três diferentes correntes 1) Mid‐Tribulacionistas: Os defensores desta opinião acreditam que a igreja vai passar pela primeira metade da tribulação, e será arrebatada no meio (mid) dos dois períodos de três anos e meio cada. Seus defensores citam At.14:22 para fundamentar esta opinião. 2) Pós‐Tribulacionistas: Estes acreditam que a igreja passará por todo o período da tribulação, e será arrebatada apenas após a tribulação, por ocasião da segunda vinda de Cristo. Eles não distinguem a segunda vinda em duas fases. 3) Pré‐Tribulacionistas: Os defensores desta doutrina acreditam que a igreja não passará pela tribulação, pois será arrebatada antes que ela se inicie(Ap.3:10; Rm.5:9; ITs.1:10;5:9) B) O Período da Tribulação: Segundo as Escrituras o período da tribulação é de sete anos, um período que será abreviado por causa dos eleitos (Mt.24:22). 1) Identificado com a 70 semana: A tribulação é também chamada de septuagésima semana de Daniel. Deus revelou a Daniel que 70 semanas de anos (Ez.4:5,6; Gn.29:27; Lv.25:8; Dn.9:2,24) estavam determinada sobre Israel. Estas 70 semanas inciaram‐se com a volta de Neemias e com a reconstrução dos muros e da cidade de Jerusalém (Dn.9:25; Ne.2:1‐8). O sacrifício de Cristo na cruz ocorreu depois da 69 semana (Dn.9:25), bem como a destruição de Jerusalém em 70 d.C. A última semana, ou seja a septuagésima, mencionada em Dn.9:27, ainda não se cumpriu, demonstrando que há uma quebra na sucessão das semanas, por um período de tempo indeterminado, entre a 69 e a 70 semana, período este reservado para os gentios (Lc.21:24). 2) Dividido em dois Períodos: Esta última semana divide‐se em dois períodos de três anos e meio cada um. a) Anos: A expressão "um tempo, tempos e metade de um tempo" (Dn.7:25;12:7; Ap.12:14) se refere a "um ano, dois anos e metade de um ano", o que eqüivale a "três anos e meio". b) Meses: Este período de três anos e meio eqüivale ao período de "quarenta e dois meses" mencionado na Bíblia (Ap.11:2;13:5). c) Dias: O mesmo período também identificado na Bíblia por dias: "1.260 dias" (Ap.11:3;12:6; Dn.12:11,12). 3) A Primeira Metade da Tribulação: a) Aliança de Israel com o Anticristo (Dn.9:27; Jo.5:43; Is.28:14‐18). b) As duas testemunhas (Ap.11;3). 4) A Segunda Metade da Tribulação: Chamada de grande tribulação ou angústia de Jacó (Mt.24:21; Jr.30:7; Dn.12:1). a) Perseguição aos judeus (Ap.11:2;12:6,14). b) Perseguição aos convertidos (Ap.7:13,14). c) A besta política, o Anticristo (Ap.13:1‐10). d) A besta religiosa, o Falso Profeta (Ap.13:11‐18). e) Os 144.000 judeus (Ap.7:4‐8;14:1‐5). f) Abominação desoladora (Dn.9:27;12:11; Mt.24:15; Ap.13:14,15; IITs.2:9). III. O MILÊNIO Depois da tribulação Cristo voltará à terra com Seus santos e inaugurará o reino milenial (Ap.20:2‐7). A palavra millennium vem do latim mille e annus que significa mil anos. O termo grego usado na Bíblia é chiliasm (quiliasmo). A) Tipos de Milênio: 1) Amilenistas: Os que defendem esta posição não crêem na literalidade do reino milenial. Para eles o milênio é uma realidade puramente espiritual, que se estende do primeiro advento ao segundo advento de Cristo, período este que já se completou quase 2.000 anos, e que culminará na grande tribulação para restauração da igreja e o progresso do testemunho do evangelho. 2) Pós‐Milenistas: Tal como os amilenistas, os pós‐milenistas colocam a segunda vinda e o arrebatamento da igreja depois do milênio e da tribulação. eles identificam a tribulação com a revolta de Gogue e Magogue (Ap.20:8,9). Os pós‐milenistas acreditam que a história avança em direção à cristianização do mundo pela igreja, e que haverá um milênio futuro de duração indeterminada. 3) Pré‐Milenistas: Para estes o milênio é futuro e literal de mil anos na terra, que vem precedido pela tribulação, e é posterior a segunda vinda. Há dois tipos de pré‐milenismo, a saber: a) Pré‐Milenismo Histórico: Colocam o milênio depois da tribulação, mas crêem que a tribulação será um período breve e indeterminado de aflição. b) Pré‐Milenismo Dispensacionalista: Estes vinculam a tribulação à 70 semana de Daniel, e, assim, baseado nela, consideram a sua duração por um período de sete anos. B) A Natureza do Milênio: 1) Cristo Reinará (Zc.14:9). 2) Davi Reinará (Ez.34:23,24;37:24; IICr.13:5; At.15:16). 3) Os Crentes Reinarão (Dn.7:18; Ap.5:10). 4) Haverá Justiça (Is.32:1; Sl.66:3;81:15; Zc.14:17‐19). 5) Haverá Conhecimento de Deus (Is.11:9; Jr.31:34). 6) Haverá Paz (Is.2:4;9:6,7). 7) Haverá Prosperidade (Is.35:1,2;51:3; Am.9:13). 8) Haverá Longevidade de Vida (Is.65:20;33:24). IV. AS RESSUREIÇÕES A) Ensinada pelo Antigo Testamento (Jó 19:25‐27; Sl.16:9‐11;17:15; Is.26:19; Os.13:14; IIRs.4:32‐35;13:20,21 IRs.17:17‐24; Dn.12:2). B) Ensinada pelo Novo Testamento (Jo.5:21,28,29; IPe.1:3 At.26:8,22,23;23:6‐8; Jo.6:39,40,44,54; Lc.14:13,14;20:35,36; ICo.15:22,23; ITs.4:14‐16; Fp.3:11; Ap.20:4‐6,13,14; Jo.11:41‐44; Lc.7:12‐15;8:41,42,49‐56; Mt.27:52,53; Mt.28; Jo.20). C) A Natureza da Ressurreição: 1) Universal (Jo.5:28,29). 2) Dupla (Dn.12:2; Ap.20:4,5). a) A primeira ressurreição: Em cinco etapas: ‐ Cristo: as primícias (ICo.15:23a; Mt.27:52,53). ‐ Igreja: pré‐tribulacionista (talvez representada por Enoque Hb.11:5;ICo.15:23b; ITs.4:13‐15). ‐ Duas testemunhas: mid‐tribulacionista (Ap.11:11). ‐ Mártires da grande tribulação e santos do Antigo Testamento: póstribulacionista (Dn.12:1; Is.26:19; Ez.37:12‐14; Ap.20:4). ‐ Salvos do milênio: pós‐milenista. b) A segunda ressurreição (Jo.5:29b; Ap.20:5a,12‐14). D) Características do Corpo Ressuscitado: 1) Do Crente: a) Identificado com o corpo sepultado (Jó 19:25‐27; Lc.24:31; At.7:55,56). b) Semelhante ao de Cristo (IJo.3:2). c) Real (Lc.24:39). d) Livre de limitações terrenas (Jo.20:19). 2) Do Incrédulo: Mortal e corrupto (Mt.5:29;10:28; Ap.20:12,13;21:8; Gl.6:7,8). V. OS JULGAMENTOS: A) O Juiz: 1) Deus (Rm.1:32;2:2,3,5,6;14:12; Sl.9:7,8;96:13). 2) Cristo (Rm.2:16;14:10‐12; At.17:31; Jo.5:22,23,27; IICo.5:10; At.10:42; IITm.4:1). 3) Os Santos como Auxiliares (Sl.149:9; Ap.2:26;3:21; ICo.6:2,3). B) Natureza do Julgamento: 1) Bema = Tribunal (ICo.4:5; Ap.22:12; ICo.3:13‐15; Jo.5:24; IICo.5:10). 2) Israel (Sl.50:1‐7; Is.1:2,24,26; Ez.20:30‐44; Jl.3:2; Ml.3:1,17; Mt.25:31,32; Zc.14:1,2). 3) Gentios (Sl.9:7,8;96:12,13; Zc.14:1,2; Mt.25:31,32). 4) Besta e Falso Profeta (Ap.19:20). 5) Anjos (Mt.25:41; ICo.6:3; Jd.6; IIPe.2:4). 6) Satanás (Ap.20:10). 7) Juízo Final = Trono branco (Ap.20:5a,11; At.24:14; Jo.5:29; Ap.20:12,13,15;21:8; ICo.4:5;15:28; Hb.9:27; Rm.2:5,6; Mt.12:36; IICo.5:10).
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