anifestações estão previstas para as 27 capitais e começam sobretudo à tarde; em SP, sindicalistas fazem ato pró-governo
As manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) convocadas para este domingo (16) devem ocorrer em 251 cidades do Brasil, incluindo as 27 capitais, e 21 do exterior, segundo o último balanço do Vem Pra Rua, uma das principais organizações por trás dos protestos.
O ato, que tem o apoio do Movimento Brasil Livre e do Revoltados On Line, é o terceiro de grandes proporções contra o governo neste ano, e ocorre dez dias após o Datafolha apontar que a reprovação a Dilma atingiu 71%, índice superior ao do ex-presidente Fernando Collor (1990-1992) às vésperas do impedimento.
As manifestações também são um desafio para os movimentos que as convocam. O número de participantes caiu entre o primeiro protesto, em 15 de março, e o segundo, em 12 de abril. Um novo recuo pode sugerir enfraquecimento da mobilização contrária ao governo petista.
Apesar de a corrupção ser um dos principais alvos de crítica dos movimentos que convocam os protestos, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deve ser poupado.
O parlamentar foi acusado por um dos delatores da Operação Lava Jato de receber propina de US$ 5 milhões por um contrato de uma empresa com a Petrobras, mas é quem tem o poder de colocar em votação um processo de impeachment.
Já o presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) está na mira dos manifestantes. Também citado na Operação Lava Jato, o pemedebista tem se aproximado de Dilma e dado novo fôlego político à gestão da petista.
Municípios de SP são os que mais aderem
O Estado de São Paulo, onde o PT nunca venceu uma eleição para o governo estadual, há manifestações agendadas em 77 cidades, ou cerca de 12% das 645 existentes. O índice é o maior entre as 27 Unidades da Federação, excluído o Distrito Federal.
Na capital paulista, cerca de 1.000 policiais civis e militares foram escalados para garantir a segurança da manifestação, que começa às 14h na esquina da Avenida Paulista com a rua Pamplona, de acordo com o Vem pra Rua.
“Nós vamos fazer um acompanhamento não só em toda a região da Paulista, mas em todas as linhas do Metrô e nos grandes corredores de ônibus”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes.
Em Belo Horizonte, o início será às 10h na Praça da Liberdade e, no Rio de Janeiro, às 11h na Praia de Copacabana em frente à rua Sousa Lima, junto ao Posto 5. Em Brasília, a manifestação começa às 9h30 em frente à Esplanada dos Ministérios. A Federação Paulista de Futebol (FPF), a pedido do secretário, alterou o horário do jogo entre Palmeiras e Flamengo, que aconteceria às 16 horas pelo Campeonato Brasileiro. A partida será realizada às 11 horas, no Allianz Parque.
O Vem Pra Rua também prevê protestos em 21 cidades no exterior, 11 delas próximo a embaixadas e consulados brasileiros. Nos Estados Unidos, há manifestações agendadas para cinco cidades (Miami, Nova York, San Francisco, Seattle e Washington). Em Portugal, para duas (Lisboa e Porto).
Protesto a favor do governo
Em contraposição aos atos pró-impeachment, O sindicato dos metalúrgicos do ABC, a Confederação Única dos Trabalhadores (CUT) - próxima ao PT - e movimentos sociais realizam ato em apoio ao governo a partir das 13h, em frente à sede do Instituto Lula, na rua Pouso Alegre, 21.
O presidente do sindicato , Rafael Marques, afirma que o evento será uma confraternização da classe trabalhadora.
“Os trabalhadores estarão participando de um ato em defesa de uma história que fez o Brasil evoluir criando empregos e distribuindo renda. Uma história da qual os trabalhadores foram protagonistas, elegendo o presidente Lula, e impedindo o avanço do projeto neoliberal no País”, defende.
Um grupo de sindicalistas já está no local em vigília desde segunda-feira (10).
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