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O papel da teologia na cultura

O papel da teologia na cultura

Qual deve ser o papel da Teologia na cultura? Qual relação o cristianismo deve ter com as diversas culturas nesse...
por Victor dos Santos

O papel da teologia na cultura
Qual deve ser o papel da Teologia na cultura? Qual relação o cristianismo deve ter com as diversas culturas nesse mundo plural que vivemos? Algumas pessoas dizem que é necessário se opor a todo o tipo de aculturação, será que isso é possível?
Outras dizem que as culturas são valiosas, algumas de fato não devem ser aderidas pois ferem os valores cristãos, mas a diversidade cultural nos faz crescer, aprender e agrega valores a própria vida cristã.
Outro grupo de pessoas acreditam que todos os “ismos” tem seu valor e merece nosso respeito, se opondo a singularidade ao que julga ser simplesmente “nossa opinião”. Dentre essas e muitas outras opiniões, qual o papel da teologia e qual sua relação com a cultura?
Em termos gerais, entendemos cultura como conjunto de crenças e práticas de uma sociedade em particular, que inclui artes, religião, ética, costumes e etc. O ocidente, por exemplo, é fruto de uma cultura judaico-cristã. Nascer no ocidente significa crescer com determinados valores, costumes e possíveis crenças de acordo com o meio em que você vive. Nascer na Índia, seria ter uma forma de vestimenta diferente do ocidente, ter uma crença diferente e assim por diante, isso devido a diversidade cultural.
Sanches afirma que “cada uma das grandes religiões surgiu dentro de um determinado contexto-sócio-cultural”¹. Tendo essas informações, a teologia tem uma tarefa a realizar, identificar a influência dessas culturas a sua fé. Em tempos de pluralismo cultural e relativismo, as pessoas se confundem diante da existência de qualquer absoluto. Por acaso as Escrituras não nos apresentam alguns valores absolutos? Como a teologia lida quando a cultura fere seus princípios?
No sermão do monte, Jesus fala dos hipócritas, pagãos e acrescenta: “Não vos assemelheis, pois, a eles” (cf. Mateus 6: 8). O apóstolo Paulo escreve aos romanos: “Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos” (cf. Romanos 12: 2). De início, poderíamos dizer que o evangelho não é compatível com o relativismo, existem verdades absolutas onde a Teologia não pode abrir mão. John Stott explica: “Certamente não devemos ser totalmente inflexíveis em nossas decisões éticas, mas devemos procurar, com sensibilidade, aplicar princípios bíblicos a cada situação”².
Temos, por exemplo, o materialismo como uma cultura do nosso século. Quando as coisas materiais abafam a vida espiritual, é necessário a teologia aplicar a verdade das Escrituras, assim como Paulo nos incentiva a viver uma vida de simplicidade (cf. Filipenses 4: 11).
A respeito da ética sexual, a cultura moral judaico-cristã traz o casamento como uma união de monogamia, heterossexual, amorosa e vitalícia. Atualmente, existe o desprezo ao casamento autentico, o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo é uma alternativa legítima ao casamento heterossexual.  Pessoas dizem que a moralidade é totalmente arbitrária, mas a Teologia apresenta o senhorio de Jesus Cristo como fundamento do comportamento cristão. Assim sendo, o cristianismo tem um ponto de referência para viver, por isso, Jesus disse que os que o amam são aqueles que tem os seus mandamentos e o guarda (cf. João 14: 21).
É possível concluir que nem sempre os cristãos conseguiram perceber a distinção entre cultura e mundo. Historicamente muitos grupos cristãos estão sendo contra a arte, a ciência, a música e etc. Esses grupos são fundamentalistas e não refletem uma postura cristã. A teologia, tem o papel de “peneirar” os diversos “ismos” e agregar o que é valioso e coerente para o momento que vivemos, recusando aquilo que prejudica a fé genuína em Jesus Cristo e seus ensinos. Podemos encerrar com uma frase de John Stott: “A igreja tem uma dupla responsabilidade em relação ao mundo e seu redor. Por um lado, devemos viver, servir e testemunhar o mundo. Por outro, devemos evitar nos contaminar por ele. Assim, não devemos preservar nossa santidade fugindo do mundo, nem sacrificá-la nos conformando com ele”³.
Bibliografia:
¹SANCHES, Mário Antônio. Bioética: Ciência e transcendência -São Paulo: Loyola, 2004, p. 38.
²STOTT, John.  O discípulo radical. Viçosa-MG – Ultimato, 2011, p. 19.
³STOTT, John.  O discípulo radical – Viçosa-MG MG – Ultimato, 2011, p. 13.2011, p. 13

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