Três sínteses escriturísticas da revelação ontológica de Deus e do homem
por Cleiton Maciel Brito
Pensemos aqui em três autores bíblicos que, dentro do leque de textos das Escrituras Sagradas, constituem-se, ao meu ver, sínteses explicativas da relação do Ser de Deus com o ser humano:
Moisés, que fala do homem se distanciando de Deus. Fala do rompimento da comunhão entre o ser Absoluto, Deus, e o ser humano. Este se torna criação indo na contramão do Criador.
Paulo, que fala do homem se reconciliando com Deus em Cristo. Deus aceita o homem por vê-lo através da santidade de Cristo, que traz à perfeição a natureza humana deturpada pelo pecado. Agora o homem pode, através de Cristo, ter comunhão. A obediência do justo dissipa a desobediência do injusto que pela confiança na salvação que vem de Deus tem suas injustiças apagadas.
João, que fala desse encontro universal sendo concretizado nos céus em termos de experiencia objetiva e subjetiva. Objetiva no que se refere à comunhão entre indivíduos sob a comunhão com Deus. Subjetiva na perspectiva de como o individuo sentirá e compreenderá em seu ser essa experiência de profunda comunhão com Deus e com o semelhante.
Moisés relata a ação de Deus dentro do nosso tempo. Começa sua narrativa a partir da criação do universo, tendo como desenrolar do enredo a criação do homem. Trata-se de um discurso imanente, portanto.
Paulo discorre a partir da transcendência, mostrando a “ação” de Deus antes de qualquer história física ou humana. Postula nosso tempo como fruto da atemporalidade.
João narra o encontro do humano com o Eterno, a imanência e a transcendência em uma existência singular. É a junção da eternidade com a história que resulta em uma vida nova, ainda por ser conhecida em sua totalidade.
Deus nos abençoe.
Deus nos abençoe.
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