texto: II Crônicas 7:14
Introdução: Tenho visto a Igreja Brasileira experimentar um grande crescimento numérico em nossos dias. Mas, fico preocupado por não ver que esse crescimento dos números não reflete o crescimento da comunhão, do relacionamento com Deus, e do cultivo de espiritualidade no testemunho cristão.
Há muitos cristãos que estão vazios de Deus. Há muitos com uma fé abatida, e enfraquecida. Para muitos a participação nos cultos das igrejas evangélicas, tornou-se um costume, uma rotina religiosa. Muitas vão a igreja como se ela fosse um clube social, aonde é bom ir. A religiosidade tem matado a espiritualidade na vida de muitos cristãos.
Mas, o projeto de Deus é maior para nós. Creio que em tempos onde a religiosidade e a superficialidade no relacionamento com Deus tornaram-se a característica marcante na vida cristã de muitos, é que Deus promove grandes avivamentos, para aquecer corações frios.
Em tempos onde as brasas da alegria e do amor em servir ao reino estão apagadas é que Deus promove grandes revoluções espirituais para reacender a chama do poder de Seu Espírito em muitos corações.
Tenho observado que o crente cheio do Espírito vive noutra dimensão de vida cristã. Suas reações e palavras evidenciam o seu relacionamento com Deus. Jesus sabiamente disse em Mateus 12:34 que “…a boca fala do que está cheio o coração…”. de fato, tenho observado que as nossas palavras, o nosso testemunho e o nosso comportamento na presença do Senhor revelam a nossa própria condição espiritual interior.
É tempo de buscarmos um avivamento! O avivamento é esse espírito de dinamismo que permite à igreja renovar suas forças e disposição dia-a-dia. Mas, como pode a igreja ir bem se, muitas vezes, os crentes, individualmente vivem longe dos propósitos de Deus?
I. Para que haja um avivamento geral, é necessário buscar, antes de tudo, um avivamento pessoal.
Quero lembrar a você que os grandes avivamentos gerais começaram com avivamentos pessoais. Pessoas foram inflamadas individualmente pelo Espírito, para inflamar multidões.
Vejamos alguns destes avivamentos:
O profeta Joel (2: 23) fala em chuva serôdia. A chuva serôdia foi a que caiu no Pentecostes, trazendo batismo com o Espírito, línguas estranhas, sinais, prodígios e a pregação do dia do Senhor, Atos 2: 16-21. Este foi o primeiro grande avivamento. Deus inflamou o coração de apenas alguns discípulos e eles inflamaram Jerusalém, de modo que cinco mil almas se converteram. Em nossos dias, Deus está derramando a chuva serôdia, Tiago 5: 7, a última chuva do Espírito Santo sobre a vida da igreja para que haja colheita abundante. O Senhor espera frutos.
Um grande avivamento aconteceu nos Estados Unidos. Começou em 1734. Havia uma consciência da necessidade de alcançar os não-crentes e fortalecer os já convertidos. Jonathan Edwards (1703-1758), com sua simplicidade de vida e muita oração, exerceu grande impacto sobre as pessoas. George White-field (1714-1770)foi outro grande avivalista desse período. O resultado do trabalho desses homens foi milhares de conversões e o nascimento de muitas igrejas. Na Nova Inglaterra (EUA),numa população de 300 mil pessoas, houve entre 30 e 40 mil conversões. Houve fortalecimento moral nos lares, fundação de cursos teológicos e de obras sociais.
Observe meu irmão que Deus inflamou com um grande avivamento a vida de homens como Jonathan Edwards, George White Field, e eles inflamaram multidões.
Em 1670, na Alemanha, o pastor Philip Spener organizou reuniões para estudo bíblico e oração nas casas. Resultado: Surgiram obras sociais e um novo vigor espiritual veio sobre a igreja luterana. Fundaram-se campos missionários.
Lembremos do avivamento entre os Morávios que iniciou-se em 1727. Começaram a buscar ao Senhor em oração e, de repente, houve um derramar do Espírito sobre a igreja. Havia choro, quebrantamento e manifestações até entre crianças. Os morávios iniciaram um ministério de oração contínua que durou mais de 100 anos.
Na Inglaterra, João Wesley foi o instrumento de Deus para mudar a história da igreja. Homem de oração, deu ênfase ao estudo bíblico. Opôs-se ao álcool, à guerra, à escravidão. Houve muitas conversões.
Charles G. Finney foi poderoso na Palavra, na oração e no testemunho. Viveu nos Estados Unidos. Sob a influência de sua pregação, igrejas foram renovadas, nasceram novas comunidades, pessoas deixaram vícios, etc.
Charles H. Spurgeon (1834-1892) foi professor de crianças na EBD e viu muitos pais se converterem com o testemunho dos filhos. Spurgeon foi poderoso na pregação. Sinais e prodígios eram comuns em suas reuniões. Esse avivamento iniciou-se na Inglaterra e alcançou outros países.
Dwight L. Moody viveu de 1837 a 1899, nos Estados Unidos da América. Calcula-se que cerca de 500 mil pessoas entregaram-se a Cristo por seu intermédio. Dedicou-se à EBD. Começou com 12 crianças e, em poucos anos, esse número chegou a 12 mil.
Eu poderia falar sobre inúmeros outros exemplos de avivamento. Quero apenas que você entenda algo importante: Um grande avivamento geral que inflama igrejas, ou nações inteiras começa com um avivamento pessoal.
II. Ao falar de avivamento eu não estou me referindo a uma agitação emocional, a gritos, a barulho, etc… O verdadeiro avivamento tem algumas características:
O avivamento autêntico tem algumas peculiaridades. Sua característica não é apenas o emocionalismo, ou o barulho. O emocionalismo passa, o barulho acaba; POREM, o verdadeiro vento do Espírito vai continuar soprando na vida daqueles que forem avivados.
O livro de Atos capitulo 2: 47-52, descreve uma igreja que vive sob o mover do Espírito Santo.
Vejamos as características marcantes desse avivamento:
perseverança na Palavra- Todo avivamento autêntico está centrado em Cristo e em sua Palavra. O surgimento de doutrinas antibíblicas é um sinal de que não há pureza no movimento;
perseverança na comunhão- Uma igreja avivada pelo Espírito do Senhor vive como um corpo bem ajustado, 1 Co 12: 12. O Espírito gera unidade, Jo 17: 21. As discórdias e facções são obra da carne, Gl 5: 19-21;
perseverança na oração- Sem oração não há avivamento. E a comunhão com Deus que desencadeia todo o processo de renovação espiritual.
dedicação a missões- Não existe avivamento autêntico se a igreja não está fazendo missões. De acordo com At 1: 8, o poder do Espírito habilita o crente para pregar o evangelho, para ser testemunha, e os cristãos de Jerusalém foram testemunhas.
a ação social- É interessante observar que todos os avivamentos trouxeram consigo a ação social. A Igreja primitiva. Isso também é bíblico. Veja o que diz At 9: 36; diz que Havia em Jope uma discípula por nome Tabita. Ela era notável pelas boas obras e esmolas que fazia.
Atos 20:35 diz: “Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber.” Sejamos honestos em admitir que temos deixado de lado a prática de ajudar aos que são verdadeiramente necessitados.
Conclusão: Há muitos crentes que tiveram dias gloriosos de alegria e fervor no Espírito, mas agora estão frios e indiferentes no amor ao reino de Deus.
A você que esta assim, vale o conselho do Senhor em Apocalipse 2:5: “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.”
A brasa que antes estava acessa e alimentava o fogo do amor ao reino de Deus esta apagada em muitos corações. Quero lembrar a você que os sacerdotes tinham que tirar cinzas do altar todos os dias para que as brasas no altar não se apagassem. Você tem tirados as cinzas que estão em sua vida Espiritual? Tem feito a sua parte?
Na nossa experiência de salvação Deus tem realizado muitas coisas para nós, mas lembre-se que temos obrigações e responsabilidades com a nossa salvação.
Em Filipenses 2:12 Paulo diz: “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência,desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor;”. Paulo esta nos ensinando aqui que precisamos fazer a nossa parte para recebermos um grande avivamento do céu.
Qual é a nossa parte? O texto que lemos no início nos esclarece: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”. 2 Cr 7:14.
Correção e edição Paulo Silva
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